A sustentabilidade e o equilíbrio do nosso planeta é, hoje em dia, uma das maiores
preocupações a nível mundial. As alterações climáticas, principalmente devido à utilização
indevida e excessiva de combustíveis fósseis, já não são somente uma preocupação, mas
uma realidade bem acentuada que urge ser colmatada. É neste contexto que a aposta em
energias renováveis (ER) começa a ser maior, de modo que seja possibilitada a obtenção
de energia elétrica a partir de fontes naturais e inesgotáveis [1].
Contudo, a geração de eletricidade proveniente destas fontes toma um perfil intermitente
e que, muitas vezes, não coincide com a demanda. Neste sentido, a inclusão de sistemas de
armazenamento de energia (SA) é de extrema relevância, permitindo compensar os períodos
de baixa produção e, assim, garantir um fornecimento constate de energia à habitação,
mesmo em caso de falha energética da rede [2][3]. Atualmente, a rede apresenta uma
topologia antiga e pouco eficiente, onde a geração de energia elétrica está bem caracterizada
e centralizada. A inclusão das ER tem o objetivo de descentralizar a produção e assim
contribuir para o equilíbrio da rede numa perspetiva de Smart Grid [1]. A geração da
energia será efetuada, em última análise, no mesmo local que o consumo, o que irá permitir
uma gestão mais eficiente de custos.
Assim, esta dissertação assenta sobre a implementação de um sistema de baixa
potência (3.6 kW) que permite, através de um único ponto de ligação à rede elétrica,
a interface de uma fonte de energia renovável (painéis solares fotovoltaicos) e de um
sistema de armazenamento de energia (baterias). O equipamento, de reduzido peso e
volume, é baseado em conversores de eletrónica de potência, utilizando novas tecnologias
de semicondutores a comutar a altas frequências - SiC [4]. Através de um conversor Dual
Active Bridge (DAB), é ainda garantido o isolamento galvânico entre a rede e o conjunto
dos painéis fotovoltaicos com as baterias [5][6][7]. Mais ainda, os algoritmos de controlo
digital desenvolvidos, permitem otimizar a extração da máxima potência dos painéis solares
(MPPT - Maximum Power Point Tracking) e realizar a carga e a descarga das baterias,
sempre de forma controlada e respeitando padrões de qualidade de energia elétrica (QEE)
[1].
Os modos de operação do micro-inversor proposto nesta dissertação, são concebidos de
acordo com as rotinas e necessidades energéticas do consumidor e aplicados em situações
reais no quotidiano de cada um. Diversas topologias, e respetivas estratégias de controlo,
podem ser aplicadas ao circuito de potência do sistema unificado. Todas estas serão
simuladas com recurso à ferramenta PSIM e tomadas em consideração numa fase inicial,
de modo que, posteriormente, sejam obtidos e demonstrados os resultados experimentais
que validam a solução proposta.