Quando um material piezoeléctrico é estimulado electricamente, as suas dimensões modificam-se. Por
outro lado, quando estimulado mecanicamente por uma força, resulta uma variação nas cargas à sua
superfície. Se os eléctrodos estiverem em circuito aberto, aparece uma diferença de potencial, associada
ás cargas geradas.
Basicamente é esta a forma como os materiais piezoeléctricos são capazes de gerar diferenças de
potencial elevadas. A relação entre as forças aplicadas e a tensão eléctrica resultante, depende das
propriedades estruturais do material, tamanho, forma e direcção da excitação eléctrica e mecânica.
Os materiais piezoeléctricos podem ser usados como sensores, actuadores, ou ambos, tendo muito
interesse para diversas aplicações, devido á sua fiabilidade e eficiência.
O uso de electrónica de baixa potência tem vindo a aumentar de forma significativa nos últimos anos,
devido essencialmente à sua utilização em aparelhos portáteis, tais como, Ipod's, medidores de passos,
medidores de pulsação, etc. Uma vez que esses aparelhos são usados em diferentes partes do corpo,
implica que a energia seja necessária nessas partes do corpo. Tal pode ser feito recorrendo a baterias, o
que obriga a um desenvolvimento de baterias mais eficientes, leves e com maior capacidades ou pode ser
conseguido com a geração de energia perto do ponto onde esta vai ser usada. Neste caso, o
armazenamento da energia pode nem ser necessário.
Á medida que os consumos de potência nos dispositivos electrónicos portáveis vai decrescendo, torna-se
possível transformar a energia "desperdiçada" pelo corpo humano de forma a esta poder alimentar esses
dispositivos. Uma das possibilidades é recorrer a materiais piezoeléctricos.
Já à algum tempo que existe a ideia de usar calçado para produzir energia. Algumas patentes estão
registadas, baseadas em sistemas eléctricos, mecânicos e piezoeléctricos.