Dentro dos produtos e estudos inovadores relacionados com a deteção de incêndios é possível entender o porquê de ainda não existir um produto que tenha evoluído ao ponto de ser aplicado numa grande escala. A inviabilidade económica e o subdesenvolvimento dos algoritmos são dois dos grandes fatores.
Sistemas equipados com câmaras, que já por si apresentam um custo elevado devido às suas funções, tornam este tipo de produto apelativo apenas a um público que tenha interesse em montar o sistema em pequena escala[8][9]. Nos algoritmos, a falta de um que contenha a capacidade de se adaptar a qualquer cenário e a interligação entre unidades com uma longa distância entre si, mostram apenas um tipo de deteção simplificado e sem a capacidade de uma localização mais precisa.
Com a análise de todos os aspetos anteriores, obteve-se o ideal de FireTrack, uma unidade de processamento cognitiva capaz de detetar incêndios quando estes apresentam os seus primeiros sinais. Como meio de obtenção de informação, o FireTrack terá um software baseado em visão, uma área relativamente recente e que demonstra capacidades de inovação nesta área.
Nos estudos deste tipo de software, encontram-se desenvolvimentos de redes neuronais [4], [14]–[26], que serão uma mais valia para esta dissertação. O tipo de análise das imagens obtidas alastra-se por um espetro de algoritmos capazes de identificar diversas situações, sendo algumas delas, a deteção de fumo e variação de cores [6], [27]–[35], que irão ser necessárias, dependendo
do cenário que o sistema FireTrack esteja a analisar. Por último, a montagem deste deverá ser robusta, de modo a enfrentar as adversidades temporais, e de fácil montagem e manutenção de modo a reduzir custos técnicos.
Para entender os objetivos da dissertação, é necessário entender como está dividido o FireTrack. Em primeiro lugar temos o Cérebro onde todo o poder computacional está neste ponto e contém tanto partes de programação como componentes físicos. Para base computacional encontramos um Raspberry Pi, uma placa de desenvolvimento que consegue correr um sistema operativo completo, uma mais valia para aplicar algoritmos de visão. De seguida temos a Visão que, tal como o nome indica, possibilita a capacidade de analisar uma cena pela captura de imagens. Neste ponto encontramos um conjunto de três câmaras com um amplo ângulo de visão.
Em terceiro e último lugar temos a Voz. Aqui teremos o método de alarme que irá incluir desde o momento de deteção a todo o processo de envio de uma mensagem para alertar as autoridades competentes.
Pretende-se analisar e concretizar três partes neste projeto. O Hardware, que deve incluir todos os componentes físicos necessários para que o sistema completo funcione, o Software deve ser feito o estudo dos algoritmos propícios a implementação, criação e modificação, de modo a alcançar um resultado eficaz e significante, para terminar, o Produto, que abrange o sistema de ligação física do aparelho às antenas e ainda a forma como devemos proteger o Hardware. Visto que existe uma divisão anterior, Cérebro, Visão e Voz, e em cada uma delas existem pontos relacionados com as três partes referidas, foi mantida a subdivisão das partes Hardware, Software e Produto para expor todas as componentes existentes do projeto.